O Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, celebrado anualmente em 10 de setembro, é organizado pela Associação Internacional para Prevenção do Suicídio e endossado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O objetivo geral da data comemorativa é aumentar a conscientização sobre a prevenção do suicídio em todo o mundo. Os objetivos incluem promover a colaboração das partes interessadas e auto capacitação para lidar com a automutilação e o suicídio por meio de ações preventivas. O suicídio é um importante problema de saúde pública, com impactos na sociedade como um todo. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde – OMS, todos os anos, mais pessoas morrem como resultado de suicídio do que HIV, malária ou câncer de mama – ou guerras e homicídios. Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio foi a quarta causa e morte depois de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal. Trata-se de um fenômeno complexo, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, sexos, culturas, classes sociais e idades. Segundo dados da Secretaria de Vigilância em Saúde divulgado pelo Ministério da Saúde houve um aumento de 49,3% nas taxas de mortalidade de adolescentes de 15 a 19 anos, chegando a 6,6 por 100 mil, e de 45% entre adolescentes de 10 a 14 anos, chegando a 1,33 por 100 mil. As taxas variam entre países, regiões e entre homens e mulheres. No Brasil, 12,6% por cada 100 mil homens em comparação com 5,4% por cada 100 mil mulheres, morrem devido ao suicídio. As taxas entre os homens são geralmente mais altas em países de alta renda (16,6% por 100 mil). Para as mulheres, as taxas de suicídio mais altas são encontradas em países de baixa-média renda (7,1% por 100 mil). Em países da Europa, houve um declínio nas taxas de suicídio e observou-se um aumento dessas taxas em países do Leste Asiático, América Central e América do Sul. Embora alguns países tenham colocado a prevenção do suicídio no topo de suas agendas, muitos permanecem não comprometidos. Atualmente, apenas 38 países são conhecidos por terem uma estratégia nacional de prevenção do suicídio. Essa estratégia inclui a capacitação dos profissionais de saúde e outros atores relevantes, mensagens positivas e informativas destinadas à população em geral e grupos de risco, como os jovens, e facilitando a discussão aberta sobre saúde mental em casa, na escola, no local de trabalho, etc. Aqueles que contemplam ou são afetados pelo suicídio também são incentivados a compartilhar suas histórias e buscar ajuda profissional. Suicídios e tentativas de suicídio têm um efeito cascata que afeta não apenas os indivíduos, mas também as famílias, comunidades e sociedades. Fatores de risco associados ao suicídio, como perda de emprego ou financeira, trauma ou abuso, transtornos mentais e de uso de substâncias e barreiras ao acesso aos cuidados de saúde, foram ainda mais amplificados pelo COVID-19. Medidas de prevenção O suicídio pode ser evitado, no entanto. As principais medidas de prevenção do suicídio baseadas em evidências incluem a restrição do acesso a meios para o suicídio (por exemplo, armas de fogo, pesticidas, etc.), políticas de saúde mental e redução do consumo de álcool e promoção de reportagens de mídia responsáveis sobre suicídio. O estigma social e a falta de conscientização continuam sendo as principais barreiras à procura de ajuda para o suicídio, destacando a necessidade de alfabetização em saúde mental e campanhas anti-estigma. A OMS estima que mais de 700.000 pessoas morrem por suicídio a cada ano e que quase 77% de todos os suicídios globais ocorram em países de baixa e média renda. Para cada suicídio há muitos mais que tentam suicídio ou têm ideação suicida grave. O comportamento suicida impacta profundamente as famílias e comunidades e continua sendo um desafio universal com milhões de pessoas impactadas. A redução da mortalidade por suicídio é de importância global e uma consideração vital para a saúde pública.
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