Recentemente, o poema “Refugiados”, da escritora tarumaense Roseli Correa da Silva, de 58 anos, foi selecionada no 5º Concurso Literário Prêmio Absurtos de Poesia 2024 – Poesia que Salva, da Editora Absurdos e fará parte de 351 poemas selecionados, que agora serão preparados, editados e publicados no livro ‘Poesia Salva’.
Este é o segundo poema da escritora a fazer parte de uma publicação especifica de textos literários escritos em versos. Em 2019, o poema ‘Bandim’, fez parte do livro ‘Liberdade – Antologia de Poesia Livre’ (Editora Chiado).
Roseli já foi enfermeira, professora e, atualmente, é sócia proprietária na lotérica de Tarumã, sempre mantendo a escrita como um interesse constante. Agora, com a premiação, ela vê sua produção literária ganhar nova visibilidade, especialmente por meio de obras que abordam temas diversos e vivências de seu dia a dia.
“São processos demorados. Você escreve, envia, mas nem sempre é classificado. Dessa vez, ver que fui selecionada foi algo especial,” comentou Roseli. Ela participa de grupos de escritores regionais e acompanha outras produções literárias, o que a inspira e a ajuda em seus textos.
A trajetória da escritora começou no ensino médio, quando uma professora de português apresentou-lhe os clássicos da literatura e incentivou seu interesse pela leitura. “Ela nos motivava a ler, a conversar sobre os livros, e isso me marcou muito. Até hoje guardo a coleção de Monteiro Lobato que ela me deu,” conta.
Mesmo durante a carreira como enfermeira, encontrava tempo para escrever. “No hospital, durante o turno noturno, tinha momentos mais tranquilos e aproveitava para escrever,” conta.
Roseli reflete também sobre a importância da arte em dar visibilidade a temas muitas vezes esquecidos. Para ela, a escrita serve como uma “forma de representar e dar voz” a essas histórias. “Escrevemos para que alguém leia, mesmo com o medo de se expor,” afirma.
Com dois livros já publicados – ‘Você tem a resposta – Encontros e Segredos’ (Editora Aleluia-2018-64p.) e ‘Animalete’ (Editora Aleluia-2020-24p.), agora, Roseli trabalha em um novo projeto. Um livro dedicado ao neto Bernardo, e explora a diversidade de gêneros literários, desde literatura infantil até textos devocionais.
Sobre sua própria cidade, Tarumã, ela vê grande potencial para o desenvolvimento da cultura literária. “Aqui temos pessoas que escrevem e produzem arte, mas falta um incentivo para que esse trabalho seja valorizado. Seria maravilhoso ver a comunidade mais envolvida com a literatura e a cultura local,” conclui.